Não suportava a mãe dele metida em roupas com números sempre menores e o arzinho de quem-já-viveu-bem-mais-que-você-minha-filha-e-portanto-sabe.
Aquele irmão dela sempre alegre, com um excessivo bom humor e umas pitadas de auto-ajuda. Lá vem ele. Sorria.
E o pai dele? Sempre isolado, como se guardasse um segredo de Estado.
O primo bichinha que no inverno insistia em usar echarpes longuíssimas e nos almoços longuíssimos insistia em trazer um namorado novo para mostrar o quanto era moderno e liberal.
A irritação maior para ele vinha do tio papa hóstia, moralista, mas que foi visto em uma avenida suspeita da cidade. Não, meu filho, não é aquela freqüentada por putas. A outra, a que circulam as travecas desavergonhadas.
O irmão, então, mão de vaca que nunca, mas nunca mesmo, paga a parte que lhe cabe nos longuíssimos churrascos.
E a sonsa da tia? Sempre disfarçando.
A sobrinha, que felizmente nunca aparecia, pois entrou para uma seita indiana. Coisa mais fora de moda...
Pensando estas coisas e muitas outras mais, eles sentaram-se, muito elegantes, para a ceia do Natal.
9 de agosto de 2009
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